

Sem cair numa forma tola ao falar das diferenças ou mesmo querer que a escola deixe de lado o seu papel de educar, não tenho medo de afirmar que as questões de humanidade – entendendo a educação como um ato de amor como Paulo Freire disse – estão acima de todas as outras quando se fala em educação. A experiência de mais de três décadas de magistério têm me provado isso.
Graças a todas as forças produzidas pelos seres humanos, a escola dos nossos dias não é mais como aquela que escondia as diferenças, fechando suas portas para aquelas e aqueles que não estavam de acordo com os ditos “normais”. Ao contrário, ela, a escola, se encontrar lotada dessas e desses que antes a sociedade ocultava no seio da família ou em instituições distantes do que se pudesse chamar de escola.
É lindo e comum, como professoras e professores, encontrarmos com crianças também Down, também PCs(com paralisia cerebral), também autistas (ou com TEA transtorno do espectro autista de acordo com a linguagem técnica), também surdos, também cegos, amputados, cadeirantes, ostomizados, (esses três últimos como deficientes físicos) etc. Elas e eles nos propiciam maravilhosas lições. Lições baseadas na ideia de que precisamos evoluir muitoo para entendermos o que essas crianças têm a nos mostrar RECONHECENDO todos os seres humanos dignamente, para além dos que enxergam somente o próprio umbigo.
Por essas e outras afirmo que a escola de hoje tem novas lições sim e nela, as diferentes e os diferentes assumiram a posição de professoras e professores da arte de “viver e não ter a vergonha de ser feliz”, considerando sempre “justa toda forma de amor”.